Tradição Gaúcha

O Tradicionalismo gaúcho é um estado de consciência, que busca preservar as boas coisas do passado, sem conflitância com o progresso. Cultuar a tradição é o ato de transmitir os fatos culturais de um povo, através de suas gerações. É a transmissão das lendas, narrativas, valores espirituais, acontecimentos históricos, hábitos inveterados, através dos tempos, de pais para filhos. É a memória cultural de um povo.

Originalmente, termo gaúcho servia para designar os homens nascidos no Rio Grande do Sul,  e que viviam no campo, mais precisamente na região dos pampas. Eles resultaram da miscigenação entre os índios, os espanhóis e os portugueses. Mais tarde, foram incorporadas às suas, as culturas negra, italiana e alemã. Na literatura, o gaúcho é tido como sendo irreverente altivo e guerreiro. Por morar no campo cuidando do gado, esses homens adquiriram habilidades de cavaleiros e de manejadores de laço, características que traduzem a tradição gaúcha.

A tradição gaúcha significa o rico acervo cultural e moral do Rio Grande do Sul, no campo literário, folclórico, musical, artesanato, esportes e atividades rurais. É o culto à memória dos feitos de seu povo. O povo gaúcho deve se orgulhar de possuir tão bela tradição, que ostenta o chimarrão, a doma, o fandango, o pealo, a marcação, as lendas, as pilchas, a música, a poesia, os causos, as trovas, etc.

Tradicionalmente, a cozinha gaúcha está ligada aos costumes dos antepassados campeiros. O principal prato é, indiscutivelmente, o churrasco. Esse alimento já era consumido por índios primitivos, os quais comiam a carne da caça atirada diretamente no fogo. A carne assada em grelhas ou em formas não caracteriza o churrasco gaúcho. O verdadeiro churrasco gaúcho é preparado em espetos de madeira, cravados a volta de um fogo de chão, ou em churrasqueiras. A carne utilizada é do gado ou ovelha. O único tempero utilizado é a salmoura ou sal grosso. Somente o pão e a farinha de mandioca acompanham o churrasco gaúcho.

O chimarrão também possui origem indígena, os primeiros povos de que se tem conhecimento de terem feito uso da erva-mate são os índios guaranis, que habitavam a região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai na época da chegada dos colonizadores espanhóis; e os índios caingangues que habitavam o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Misiones. Chegou a ser proibido durante o século XVI e hoje é considerado símbolo da hospitalidade sulista: quem chega como visita em uma casa dessa região, é logo recebido com uma cuia de chimarrão.

A música gauchesca pretende ser uma evolução do cantar dos gaúchos dos pampas primitivos, que segundo registros literários dançavam fandangos sapateados e praticavam a récita trovadoresca de poesia improvisada acompanhada de música, a payada ou repente. Seus ritmos e melodias são influenciados por fontes principalmente espanholas e portuguesas e do folclore brasileiro.

As danças tradicionalistas gaúchas são legítimas expressões da alma gauchesca. Em todas elas está presente o espírito de fidalguia e de respeito à mulher, que sempre caracterizou o campesino rio-grandense. Todas elas dão margem a que o gaúcho extravase sua impressionante teatralidade. Segundo Paixão Côrtes (1997), a primeira dança regional gaúcha que colheram em suas pesquisas veio da Vila de Palmares (atual município de Osório-RS). As danças, inicialmente, apenas integravam as festas regionais do Rio Grande do Sul e hoje são divulgadas e praticadas por diversos estados como a mais bela manifestação do folclore gaúcho, consolidando a imagem do mesmo.

Atualmente no Rio Grande do Sul e em muitos estados do Brasil existem muitos CTGs (Centro de Tradições Gaúchas), uma “entidade” que atua na defesa, na preservação e na divulgação da tradição e do folclore da cultura gaúcha. A atuação desse grupo é de fundamental importância, pois, através dele, a tradição gaúcha ganha vida e é mantida.

Fonte: Internet.

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